MIGUEL ROCHA EM VILAMOURA
O nosso atleta Miguel Rocha partilhou connosco a sua aventura no Triatlo Longo de Vilamoura.
Foi com muito espirito de missão que resolvi participar no Triatlo Longo de Vilamoura, prova final do campeonato nacional. Marcar uma prova com estas características para esta data, foi um risco para a organização e para os atletas participantes, mas o dia esteve excelente para a prática da modalidade.
Depois da 1º experiência em Cascais, não hesitei, como não hesito nunca, em lançar-me para mais um desafio. A referência em provas longas já existia e a forma física era suficiente, pelo que foi apenas o prolongar da época mais uns tempos. Procurava não só aferir capacidades, dar visibilidade e representação ao clube, mas também criar uma base física sustentável, que me permitia num futuro próximo encarar a prova mítica para alguns triatletas: O Ironman.
Esperava por uma prova dura, exigente e com um grau de dificuldade superior. Nisto todas as minhas expectativas foram totalmente correspondidas. Na preparação para Vilamoura, a carga de treino de natação e corrida foram superiores ao ciclismo, pois as condições atmosféricas nos meses de Outubro e Novembro, não foram de todo as mais favoráveis para preparar na estrada.
Com o segmento de natação com alguma ondulação (saí em 60º) e um percurso de ciclismo brutalmente exigente (1200 D), obrigou-me a ter um espirito de sacrifício enorme, tal foram as dificuldades sentidas durante este último. Como sou fraco a pedalar e não consegui otimizar nunca o andamento, registo uma sova memorável da serra do Caldeirão. Também na alimentação falhei redondamente: não ingeri quase nenhum dos alimentos que transportava, facto que tenho de corrigir imperativamente no futuro, pois condicionam toda a prestação desportiva subsequente.
Apesar de sentir alguma frustração temporária, a motivação de participar numa vertente desportiva altamente competitiva, como é o triatlo, leva-me sempre a tentar superar todos os obstáculos.
Pela 1º vez numa prova senti dor física. Foram 3 fortíssimas contracturas musculares durante a corrida, que me forçaram a parar, para não só tentar ultrapassar o momento, mas também para avaliar a continuidade em prova. Nunca tal me tinha acontecido. A corrida estava a correr com a normalidade prevista. Estava cansado do ciclismo, mas corria num ritmo aceitável, quando uma sequência de contraturas, a 8kms da meta, obrigam-me a parar. Este é o momento que o factor psicológico enfrenta o físico. Nem sempre será possível ultrapassar os problemas físicos, mas a palavra desistir não consta no meu dicionário atlético, pelo que continuei em prova, com muito receio é verdade, mas unicamente focado em chegar à meta.
Foram 6h21 de prova para recordar. Ser o último classificado do escalão V1 e ter apenas 15 atletas - entre os 122 (20 desistiram)- a terminar depois de mim, são reveladoras da luta que travei para alcançar a meta. Nem sempre será assim, pois ainda tenho metas e objetivos a atingir. Registo as dificuldades encontradas, para que no futuro, os erros que cometi, não se voltem a repetir.
Existem atletas e existem os outros. Garantidamente serei um dos outros, neste desporto cheio de grandes e dedicados atletas.
A todos, muito Obrigado.
Miguel Rocha
Miguel Rocha
